From Swedenborg's Works

 

Apocalipse Revelado #0

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Apocalipse Revelado

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Apocalipse Revelado #47

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47. (Vers. 1:14) "E Sua cabeça e Seus cabelos eram brancos como a lã alva, como a neve" significa o Divino Amor da Divina Sabedoria nos primeiros e nos últimos. A cabeça do homem significa o todo de sua vida e o todo da vi,da do homem se refere ao amor e à sabedoria: por isso, pela 'cabeça' é significada a sabedoria e ao mesmo tempo o amor. Mas, como não há amor sem a sabedoria nem sabedoria sem o seu amor, é o amor da sabedoria que se entende por 'cabeça' e, quando se trata do Senhor, se entende o Divino Amor da Divina Sabedoria. A respeito da significação da 'cabeça' segundo a Palavra, veja-se abaixo (n. 538, 568). Ora, se pela 'cabeça' se entende o amor e ao mesmo tempo a sabedoria em seus primeiros, segue-se que pelos 'cabelos' se entendem: o amor e a sabedoria em seus últimos: e como os cabelos aqui se dizem do Filho do Homem, que é o Senhor quanto à Palavra, por Seus cabelos é significado o Divino Bem que pertence ao amor e a Divina Verdade que pertence à sabedoria nos últimos da Palavra, e os últimos da Palavra são aqueles que estão contidos no sentido da letra.

[2] Que a Palavra neste sentido seja significada pelos 'cabelos do Filho do Homem' ou do Senhor parece um paradoxo, mas é verdadeiro. Isso pode ser visto pelas passagens da Palavra mencionadas no opúsculo Doutrina da Nova Jerusalém sobre a Escritura Santa n. 35, 49), onde é mostrado que os nazireus da Igreja Israelita representavam o Senhor quanto à Palavra nos últimos, que é seu sentido literal, pois 'nazireu' na língua hebraica significa cabelo e cabeleira; daí Sansão, que era nazireu desde o útero, ter poder em seus cabelos. Que, semelhantemente, a Divina Verdade, no sentido da letra da Palavra, tenha poder, pode ser visto no citado opúsculo Doutrina da Nova Jerusalém sobre a Escritura Santa n. 37-49). É também por isso que foi severamente proibido ao sumo sacerdote e a seus filhos rasparam a cabeça; e, por chamarem Eliseu de 'calvo', quarenta e dois meninos foram despedaçados por dois ursos. Eliseu, do mesmo modo que Elias, representava o Senhor quanto à Palavra. Calvo significa a Palavra sem o seu último, que, como foi dito, é o sentido da letra, e os ursos significam esse sentido da Palavra separado de seu sentido interno; os que o separam aparecem, assim, no mundo espiritual como ursos, mas à distância. Daí é fácil compreender porque foi feito assim com os meninos. É também por isso que era uma grande desonra e um grande luto ser calvo.

[3] Portanto, quando a nação israelita perverteu todo o sentido da letra da Palavra, essa lamentação foi feita sobre eles:

"Os nazireus eram mais alvos do que a neve, mais brancos do que o leite; a forma deles se tornou escura, pela negridão; não são conhecidos nas ruas" (Lamentações 4:7, 8).

"Toda a cabeça se tornou calva e todo o ombro ficou pelado" (Ezequiel 29:18).

"Sobre todas as faces a vergonha e em todas as cabeças a calvície" (Ezequiel 7:18).

Igualmente em Isaías 15:2; Jeremias 48:37; Amós 8:10. Como os filhos de Israel tinham dispersado todo o sentido da letra da Palavra por meio das falsidades, foi dada ordem ao profeta Ezequiel para que ele representasse isso:

"Que ele com uma navalha raspasse a cabeça e queimasse a terça parte do cabelo no fogo; ferisse a outra terça parte com uma espada; dispersasse a outra terça parte no vento; e tomasse algum na roupa e depois também o lançasse no fogo" (Ezequiel 5:1-4 e seguintes).

[4] É ainda por isso que se diz em Miqueias:

"Faze-te calva e tosquia-te por causa dos. filhos das tuas; de lícias; alarga a tua calvície como a; água, porque emigraram de ti" (1:16).

Os 'filhos das delícias' são as verdades reais da Igreja segundo a Palavra. E como Nabucodonozor. rei de Babel, representava a falsificação babélica da Palavra e a destruição de toda a verdade nela contida, resultou disso que

"Seus cabelos cresceram como (as penas) das águias" (Daniel 4:33).

Como os 'cabelos' significam esse santo sentido da Palavra, por isso se diz dos nazireus que

"Não raspariam os cabelos de sua cabeça, porque ela é o nazirato de Deus sobre a cabeça deles" (Números 6:1-21).

Por isso também foi estabelecido que

"O sumo sacerdote e seus filhos não raspariam a cabeça para que não morressem e o Senhor não Se irritasse contra toda a casa de Israel" (Levítico 10:6).

[5] Ora, como por 'cabelos' é significada a Divina Verdade nos últimos, a qual é, na Igreja, a Palavra do sentido da letra, é por isso também que em Daniel é dita a mesma coisa sobre o 'Antigo dos dias':

"Vi até que foram derribados tronos e o Antigo dos dias se sentou; a vestimenta d'Ele como neve branca e o cabelo da cabeça d'Ele como lã limpa" (7:9).

Que o 'Antigo dos dias' seja o Senhor vê-se claramente em Miqueias:

"Tu Beth-lehem Efrata, pequena entre milhares de Judá, de ti Me sairá Quem será Dominador em Israel e cuja saída é da antiguidade, dos dias da eternidade" (5:2) e em Isaías, onde Ele é chamado "Pai da eternidade" (9:6).

[6] Por estas passagens e muitas outras que não são mencionadas em vista de seu grande número, pode-se ver que por 'cabeça' e por 'cabelos' ao Filho do Homem, que eram 'brancos como a lã, como a neve', se entende o Divino do Amor e da Sabedoria nos primeiros e nos últimos; e, como pelo Filho do Homem é entendido o Senhor quanto à Palavra, segue-se que também é entendida a Palavra nos primeiros e nos últimos. De outro modo, por que razão 'o Senhor' aqui no Apocalipse e o 'Antigo dos dias' em Daniel teriam sido descritos até mesmo quanto aos cabelos? Que por 'cabelos' é significado o sentido da letra da Palavra vê-se claramente por aqueles que estão no mundo espiritual. Os que desprezaram o sentido da letra da Palavra aparecem lá calvos; o contrário ocorre com os que amaram o sentido da letra da Palavra, os quais aparecem lá com uma cabeleira decente. Diz-se 'como a lã' e 'como a neve' porque a 'lã' significa o bem nos últimos e a 'neve' significa a verdade nos últimos, como também em Isaías (1:18), pois a 'lã' é derivada das ovelhas pelas quais é significado o bem da caridade, e a 'neve' é derivada das águas pelas quais são significadas as verdades da fé.

  
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